O Projeto de Lei que visa regulamentar os cigarros eletrônicos está previsto para ser votado na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado nesta terça-feira (20). Atualmente, o uso dos chamados vapes é proibido pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Especialistas em saúde, como a oncologista torácica Tércia Reis, têm se posicionado contra a medida, alertando para os riscos de retrocesso no combate ao tabagismo no Brasil, especialmente entre crianças e adolescentes.
A médica ressalta que, apesar de uma significativa redução no uso de cigarros tradicionais nas últimas décadas, os cigarros eletrônicos representam uma nova e perigosa ameaça.
“Agora, a sensação é de um retrocesso completo e de uma outra pressão da indústria, de uma forma criminosa, porque é voltado para crianças e adolescentes”, afirmou Tércia Reis durante entrevista a uma rádio em Salvador.
Segundo Tércia, a concentração de nicotina nos vapes pode ser até 100 vezes maior do que nos cigarros tradicionais, o que intensifica a dependência química. A médica também destacou que o tabagismo é responsável pela morte de 8 milhões de pessoas anualmente em todo o mundo, associando o uso dos cigarros eletrônicos a um aumento potencial nos casos de câncer de pulmão e outras doenças graves.
Tércia Reis também criticou as estratégias de marketing utilizadas pela indústria do tabaco para promover os cigarros eletrônicos, apontando que os produtos são apresentados de maneira atraente para o público jovem, com sabores como algodão doce e chocolate. Além disso, a falsa narrativa de que os vapes ajudariam no processo de parar de fumar foi rechaçada pela especialista, que reforçou a importância de políticas públicas rigorosas para evitar um retrocesso na luta contra o tabagismo.
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