Depois de uma subida vertiginosa no mês de outubro em relação a setembro, chegando a 0,56%, a inflação oficial brasileira desacelerou e fechou novembro em 0,39%, resultado ainda influenciado, entretanto, pela alta no preço dos alimentos (1,55%). Foi o que revelou o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado nesta terça-feira (10) pelo IBGE.
O índice apurado pelo IBGE em novembro ficou 0,17 ponto percentual abaixo da taxa de outubro. No ano, o IPCA acumula alta de 4,29% e, nos últimos 12 meses, de 4,87%, acima dos 4,76% observados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em novembro de 2023, a variação havia sido de 0,28%.
Por conta principalmente pelo aumento no preço das carnes, de 8,02%, o indicador oficial da inflação ficou em 0,39%, resultado, entretanto, que ficou abaixo também do que foi apurado em setembro (0,44%). O resultado de novembro também sofreu forte influência pelas altas no grupo Transportes (0,89%), impulsionado pelo aumento da passagem aérea (22,65%), e no grupo Despesas pessoais (1,43%), influenciado pelo aumento do cigarro (14,91%).
Em Alimentação e bebidas (1,55%), a alimentação no domicílio passou de 1,22% em outubro para 1,81% em novembro. Foram verificados pelo IBGE aumentos nos preços das carnes, com destaque para os seguintes cortes: alcatra (9,31%), chã de dentro (8,57%), contrafilé (7,83%) e costela (7,83%). Altas também foram observadas no óleo de soja (11,00%) e no café moído (2,33%).
Outro fator de pressão no grupo veio da alimentação fora do domicílio (0,88%), que registrou variação superior à do mês anterior (0,65%). O subitem refeição acelerou de 0,53% em outubro para 0,78% em novembro, enquanto o lanche passou de 0,88% em outubro para 1,11% em novembro.
Na divulgação dos resultados do IPCA, o gerente da pesquisa, André Almeida, destacou os motivos que levaram à alta de preços nos setores de alimentação e transportes.
“A alta dos alimentícios foi influenciada, principalmente, pelas carnes, que subiram mais de 8% em novembro. A menor oferta de animais para abate e o maior volume de exportações reduziram a oferta do produto. Já para os aumentos nas passagens aéreas, a proximidade do final de ano e os diversos feriados do mês podem ter contribuído para essa alta”, explicou o gerente da pesquisa.
Nos indicadores regionais, todas as localidades pesquisadas pelo IBGE apresentaram resultados positivos em outubro. A maior variação ocorreu em Rio Branco (0,92%), no Acre, influenciada pela alta das carnes (8,04%). A cidade de Salvador teve o quarto melhor resultado entre todas as capitais pesquisadas, registrando alta de 0,28% nos preços, abaixo da média nacional de 0,39%.
A capital baiana só não teve resultado melhor que Aracaju (SE), Vitória (ES) e Porto Alegre (RS). O índice de novembro em salvador mostrou queda expressiva em relação a outubro, quando o IPCA na cidade ficou em 0,48%.
No ano de 2024, o IBGE revela que na capital do Estado da Bahia, o IPCA ficou em 3,75% na variação acumulada nesses 11 meses, abaixo da média nacional de 4,29%. Já em relação aos últimos 12 meses, Salvador registrou inflação total de 4,62%, também abaixo da média nacional, que foi de 4,87% para o período.
Bahia Notícias