Após dois anos longe dos grandes encontros, a festa mais tradicional do nordeste, finalmente, volta a ser uma realidade. O São João reacende a alegria dos festeiros e traz de volta o brilho ofuscado pela pandemia da Covid-19
Nesse período sombrio, todos perderam, de alguma maneira, seja financeira, social, ou culturamente, sem contar a dor da perda de quem partiu. No fim, todos saímos perdendo.
Pra piorar, a natureza mostrou seu lado mais implacável das últimas décadas no Brasil. Alternando entre um estado e outro, as chuvas não pouparam suas cobranças e castigaram as cidades, começando por aqui, nosso querido Vale do Jiquiriçá.
Mas aqui estamos! Sobrevivemos ao caos, levantamos a poeira e, aos poucos, dando a volta por cima, apesar dos pesares.
Porém, diante de todo silêncio causado pelo distanciamento, um setor específico sofreu no bolso as consequências desse mal; O setor cultural ficou praticamente dois anos inativo, paralisado, e sem ganhos, tendo que fazer o que o brasileiro, na marra, aprendeu a fazer: “Dar seus pulos”.
A pancada é ainda mais forte naqueles artistas regionais, que vivem de pequenos eventos e shows de menor expressão. Esses, sim, tiveram que dar “seus pulos” muito bem dados, pra encarar essa fase de frente.
Diante disso, após dois anos à sombra do medo, eis a grande oportunidade de fazer esses artistas voltarem aos palcos e fazer o que sabem de melhor: Nos alegrar.
Sem sombra de dúvidas, seria uma insensatez sem medidas utilizar de grandes fortunas pra contratar grandes nomes, uma vez que temos tudo o que precisamos aqui mesmo, em nossa casa.
Seria uma atitude sem razão alguma pagar altos cachês, uma vez que ainda estamos recuperando o tempo levado pela labuta dos últimos anos.
Mas entre a razão e sensatez, também é inquestionável o fato de que o São João de Mutuípe acertou em cheio ao priorizar as “pratas da casa”, jogando luz sobre esses artistas que são frutos de nossa terra e, quem sabe um dia, possam ter a oportunidade de voltar, pelo mesmo cachê que os grandes nomes nacionais exigem hoje.
Nós temos tudo o que precisamos aqui mesmo, e devemos valorizar.
Fonte: Mutuípe web Rádio.