Principal elemento motivador da prisão de Geddel Vieira Lima (PMDB), as ligações efetuadas para a mulher de Lúcio Funaro foram supostamente executadas pelo peemedebista por meio do aplicativo de troca de mensagens WhatsApp. A informação é conferida a partir de imagens colhidas no celular do baiano.
O uso da ferramenta tem se intensificado entre a classe política. Há a ideia de que é praticamente impossível ter um telefonema desta natureza interceptado, uma vez que ele garante ser “criptografado de ponta-a-ponta”. A realidade, no entanto, é um pouco diferente.
Advogado e analista de sistemas, Valbet Panta alerta aos que pretendem esconder algo através de ligações pelo serviço. “O aplicativo tem duas modalidades de conversa: o texto e a chamada de voz. A camada do texto é protegida, a de voz não. A conversa através de mensagem você não consegue grampear, pois o WhatsApp não fornece, mas a ligação é outro sistema”, afirmou.
De acordo com Panta, a Polícia Federal – por exemplo – pode requerer uma gravação do aplicativo. “Se o aplicativo se negar, ele vira partícipe do crime. O aplicativo é obrigado a fornecer”, apontou.
A opinião é compartilhada pela advogada especialista em direito digital, Ana Paula Moraes. “O WhatsApp vende que são conversas criptografadas, que, em tese, não são interceptadas, mas ninguém tem 100% de segurança na internet. Tendo um grampo da Polícia Federal, ela pode requerer que o WhatsApp da pessoa seja grampeado também”, explicou.
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