O Conselho de Administração da Petrobras se reúne nesta quarta-feira (29), às 9h30, para deliberar sobre possíveis ajustes nos preços dos combustíveis. A pauta inclui a análise de aumentos nos valores da gasolina e do diesel, em meio à elevação da carga tributária.
Na última segunda-feira (27), a presidente da estatal, Magda Chambriard, esteve reunida com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e os ministros Rui Costa (Casa Civil) e Alexandre Silveira (Minas e Energia) para discutir os impactos de eventuais reajustes nos preços.
Os aumentos devem ocorrer a partir de 1º de fevereiro, influenciados pela elevação do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), cujo reajuste é determinado pelos governadores estaduais.
A alta foi aprovada no final de 2024 pelo Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz), que reúne os secretários da Fazenda de todas as Unidades Federativas.
A alíquota cobrada sobre os combustíveis será elevada para:
- Gasolina e etanol: alta de R$ 0,10 o litro, para R$ 1,47;
- Diesel e biodiesel: R$ 0,06, para R$ 1,12.
Dados do economista Adriano Pires, fundador do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), apontam que a gasolina está com defasagem de 7,54% e o diesel acumula um atraso de 15,15% em relação aos preços internacionais.
O diesel não teve nenhum reajuste em 2024.
Na segunda-feira (27), a cúpula do governo teve uma reunião com a CEO da Petrobras, Magda Chambriard, na qual o assunto veio à tona.
A estatal apontou que, diante da queda do dólar nas últimas semanas, não há necessidade de reajuste no preço da gasolina. Já um aumento no valor do óleo diesel, que está com mais defasagem, está sendo considerado pela estatal – mas ainda depende de cálculos finais.
A Petrobras tem autonomia para definir o quanto cobra nas refinarias. E segue cálculo próprio para garantir rentabilidade e, ao mesmo tempo, evitar que picos na variação internacional do petróleo impactem consumidores brasileiros.
Porém, de acordo com estimativas da Refina Brasil, associação que reúne as refinarias privadas de petróleo no país, a Petrobras já deixou de ganhar aproximadamente R$ 20 bilhões com a defasagem dos preços de combustíveis desde maio de 2023.
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