Dois cafés da manhã nesta quarta-feira (12) delinearam, em Brasília, os posicionamentos da bancada do PMDB na Câmara dos Deputados. Os desjejuns, no entanto, deixaram desconforto para alguns membros da bancada por um motivo simples: não houve convite para a conversa com o vice-presidente da República, Michel Temer. Entre os pouco satisfeitos com a situação estão o provável candidato à presidência da Câmara, Eduardo Cunha (RJ), e o deputado federal baiano Lúcio Vieira Lima. Liderado pelo vice-presidente Michel Temer (PMDB), um dos cafés teve como cardápio o apelo para alinhar os deputados ao voto a favor do Planalto quanto ao projeto (PL) que altera a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), em pauta no plenário. A medida prevê a ampliação dos descontos para o cálculo da meta do superávit primário do Governo Central para, assim, desafogar as contas públicas do governo. Temer tem apoio de parlamentares como Hugo Motta (PB) e Danilo Forte (RJ), postulante à liderança do PMDB na Casa, atualmente ocupada por Cunha. De acordo com o deputado baiano Lúcio Vieira Lima, a tendência é apoiar a reforma do Planalto, que já anunciou o desejo de querer o PL tramitando em regime de urgência na Câmara, de acordo com despacho publicado no Diário Oficial desta quinta-feira (13). No momento do encontro, o deputado baiano estava em outro lanche matinal junto ao candidato à presidência da Casa, Eduardo Cunha (RJ) e outros parlamentares para discutir a campanha interna. Quando questionado se houve certo descontentamento dele por não ter sido convidado para o evento com Temer, ou isso significaria uma racha nas opiniões do partido, ele negou veementemente. “Se eu for chamado para todos os cafés da manhã com parlamentares, eu vou ficar mais gordo que sou”, brincou o parlamentar. Os encontros se convergiram às 11h do mesmo dia, quando foi realizada uma reunião da bancada para discutir o voto do partido, que é base do governo, em relação as alterações na LDO. Apesar do pedido da vice-presidência, uma nova reunião foi marcada para a próxima semana com o objetivo de debater a questão. Cinquenta vetos presidenciais trancam a pauta de votações e impedem a análise de matérias relacionados ao Orçamento na Câmara.
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