O Brasil ocupa o nono lugar no ranking dos países que mais gastam com arte. Embora sejam raros os brasileiros que colecionam obras de arte, foram eles os maiores compradores no primeiro semestre deste ano. Uma pesquisa feita pelo banco UBS, em parceria com a Art Basel, maior feira de arte moderna e contemporânea do mundo, os brasileiros levaram para casa, em média, 15 obras no período, enquanto a média no mundo foi de apenas 11.
A Bahia não leva nenhuma fatia desse bolo. Quem garante é o galerista Paulo Darzé, que divide o montante da seguinte forma: “90% destes colecionadores estão em São Paulo, 5% no Rio de Janeiro e 5% em Minas Gerais, para nós não sobra nada”.
De acordo com o marchand, que representa diversos artistas baianos e brasileiros, um dos motivos dessa exclusão é o fato de que, embora existam colecionadores na Bahia, estes não apreciam a arte contemporânea mais conceitual, ou arrojada, como ele diz. “Aqui nós não temos colecionadores com este gosto, com este perfil”.
A pesquisa revela que os colecionadores brasileiros gastaram em média 23 mil dólares com a aquisição destas obras, na primeira metade de 2024, ultrapassando, mais uma vez, a média mundial que ficou em 25 mil dólares.
Ainda segundo o estudo, as redes sociais são os principais canais de aquisição, seguidos de galerias e feiras de arte como a Art Basel, que tem edições em várias partes do mundo e que encerrou a de Paris na semana passada.
“Participar de uma feira como a Art Basel, é muito caro para nós. Embora haja galeristas brasileiros que participam, estes representam não apenas artistas brasileiros, mas também estrangeiros”, explica Darzé acrescentando que o investimento para estar num evento deste porte é muito alto.
Dados revelados pela pesquisa apontam que cada colecionador brasileiro possui, em média, 39 obras, em linha com a média mundial.
Jornal Correio