Comunistas admitem maior dificuldade para reeleição por conta de aliança com o PT

Comunistas admitem maior dificuldade para reeleição por conta de aliança com o PTPCdoB e PT se uniram para as eleições municipais deste ano. E, se por um lado a aliança pode aumentar as chances de Alice Portugal (PCdoB) conquistar o Palácio Thomé de Souza, ali perto, na Câmara Municipal de Salvador (CMS), os correligionários da candidata a prefeita devem encontrar mais dificuldades para conseguir um mandato. Em 2012, o PCdoB saiu sozinho na disputa e garantiu dois representantes na Casa Legislativa: Aladilce Souza, atual líder da bancada da oposição, e Everaldo Augusto. Enquanto o PT foi para a disputa com PP, PTB e PSD na chapa proporcional. Em 2016, a chapa costurada nos bastidores deve ser composta por PT, PCdoB, PSD, PSL, e, possivelmente, PR. “A coligação com o PT acaba trazendo um grau dificuldade maior para o nosso partido porque a votação dos nossos vereadores é inferior à votação dos vereadores do PT. Pelo menos foi na eleição passada”, constatou Aladilce. No último pleito municipal, a líder da oposição na Câmara foi apenas a 54ª candidata mais votada, ficando atrás de 12 representantes do PT. Seu colega, Everaldo Augusto, foi o 60º, com menos votos que 14 candidatos do PT. No entanto, ele prefere relativizar a questão e aponta que o mandato atual deve ajudá-lo em uma eventual reeleição. “Em 2012 eu estava sem mandato, não tinha a base social e o horizonte político que eu tenho hoje com o mandato. Se eu estivesse sem o mandato para disputar agora, poderia achar que o grau de dificuldade aumentaria, mas acho que o mandato acaba compensando”, comenta o vereador. A chapa proporcional com o PT pode não mexer com a confiança dos atuais vereadores do PCdoB, mas vai tirar a chance de integrantes do partido se lançarem como candidatos a vereador na Câmara. “A coligação com o PT vai fazer com que o PCdoB faça algum tipo de flexão na sua chapa. Temos que enxugar a chapa, não pode ir todo mundo como estava previsto”, afirma Everaldo. Segundo Aladilce, os partidos aliados ainda debatem entre si as estratégias para a campanha. “Estamos também discutindo o número de candidatos que cada partido coloca, áreas de campanha… para que nenhum partido saia prejudicado, porque ninguém quer perder vaga na Câmara”, explica a vereadora. Por outro lado, os representantes do PCdoB na Câmara apontam que a parceria é necessária para fortalecer o partido naquela que, segundo Everaldo, é a “batalha principal” deste ano: a disputa pela prefeitura. “O PCdoB está preparado para esta batalha. Não só com uma candidata a altura deste desafio, a deputada Alice, como também com um leque de alianças mais amplo possível para fortalecer um projeto novo para a cidade de Salvador”, disse o vereador. Para Aladilce, o fato de ter uma candidata ao Palácio Thomé de Souza pode inclusive trazer benefícios aos postulantes à Câmara. “A candidata a prefeita é do PCdoB. Isso pode nos ajudar”, acredita a vereadora. Apenas o resultado das urnas poderá demonstrar se o sacrifício valeu a pena.

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