ABI denuncia abuso policial após agressão de jovem de 15 anos em Milagres

“Vamos, sua vagabunda, passe o celular!”. Foi esta frase que teria dito Capitão Gutemberg, policial militar acusado de agredir uma jovem de 15 anos que estaria filmando a ação policial em seu bairro no último dia 21 de julho, no município de Milagres. Três agentes invadiram a residência da jovem que teria recebido socos e tentativa de estrangulamento depois que o policial deduziu estar sento filmado. A Associação Bahiana de Imprensa (ABI) divulgou o fato, trazendo à tona o  relato que a mãe da garota postou no Facebook.  “Você não imagina como a gente está sofrendo. Ser tratada mal, apanhar, quando tem tanto bandido por aí”, lamentou. A família teria sido mantida sob o poder dos policiais, enquanto mãe e filha sofriam agressões, sendo presenciadas pela avó de 69 anos, e o irmão de 14. Ao mandar a adolescente desbloquear o celular, Gutemberg teria vasculhado o conteúdo, inclusive as mensagens do aplicativo de Whatsapp e constatou que não havia filmagens. Advogado, Yuri Bastos informou que “todo cidadão tem a faculdade de filmar em espaço público qualquer fato que interesse a sociedade”. A adolescente foi à delegacia, no mesmo dia, registrar Boletim de Ocorrência (B.O.) e foi orientada a retornar só depois do final de semana. Seguiu para o Hospital, onde tentou realizar exame de corpo delito, mas não conseguiu, por não ter feito o B.O. Quando voltou à delegacia durante a semana, recebeu outra negativa. “Essa situação não é aqui o local. É no Ministério Público (…). Venha na hora em que o delegado esteja. Eu não tenho autonomia para fazer isso, eu sou escrivão”, relatou a jovem sobre o que foi informado. Só nesta quinta-feira (3) ela finalmente registrou o B.O., após contatar o Ministério Público do Estado da Bahia (MP-BA). Em nota, a Polícia Militar, Civil e a Secretaria de Segurança Pública, responderam que estão apurando rigorosamente a denúncia. O suspeito já teria sido afastado das atividades em Milagres e, caso seja comprovada a postura inadequada, responderá por abuso de autoridade. Os órgãos estão apurando também por qual motivo o escrivão da delegacia não realizou o registro de ocorrência na segunda tentativa, pois não é essa a recomendação da Polícia Judiciária. Na primeira vez que a vítima compareceu a unidade policial o atendimento só poderia ter sido realizado no Plantão Central, em Itaberaba.

Bahia Notícias

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